Como saber se meu filho tem autismo?

Muitos pais, especialmente aqueles de primeira viagem que não conseguem identificar ainda os comportamentos que podem e que não podem ser considerados como normais, acabam se preocupando, em algum momento, com a saúde mental do seu filho. E uma dúvida bastante comum nos dias de hoje é a seguinte: “o meu filho tem autismo”?

De acordo com pesquisas mais recentes sobre o tema, a quantidade de crianças que estão inseridas dentro do que é chamado de Transtorno do Espectro Autista (TEA) é muito maior do que se pensava até alguns anos atrás. Um estudo feito pelo Centers for Disease Control and Prevention (Centro de Controle e Prevenção de Doenças), nos Estados Unidos, uma a cada 44 crianças nascidas fazem parte do espectro autista.

O Brasil ainda não conta com números significativos advindos de pesquisas feitas pelos órgãos locais sobre o tema, mas uma estimativa aponta que podem existir cerca de 2 milhões de pessoas no país com autismo.

Para entender se este é um problema de saúde do seu filho, antes de mais nada é preciso entender melhor sobre a doença, se livrando de alguns pré-conceitos que normalmente surgem sobre o tema:

O que é autismo?

O autismo, antes de mais nada, não deve ser considerado como uma única doença e também como um estado de saúde que se apresenta sempre da mesma forma. Na verdade, hoje em dia acaba sendo muito mais moderno se referir a um espectro, que conta com diferentes faixas de autismo, cada um com suas próprias particularidades.

Mas, de uma forma geral, independente do espectro, essas mudanças que acontecem no cérebro das crianças são caracterizadas como uma disfunção e acaba comprometendo as habilidades comunicacionais e comportamentais do indivíduo.

Não existe uma causa específica apontada pela ciência como determinante para o surgimento do autismo na vida das pessoas, exatamente por isso acaba não sendo possível o desenvolvimento de um tratamento ou de uma cura preventiva. Mas existem alguns elementos que são levados em consideração, tais como:

• Fatores hereditários;
• Desordens genéticas;
• Fatores biológicos;
• Gravidez em idade avançada;
• Complicações na gravidez.

Como saber se uma criança tem autismo?

A única forma que os pais acabam tendo de ter certeza de que o seu filho possui algum grau de autismo é através do diagnóstico de um médico especialista, normalmente um psiquiatra especializado em tratamentos neurológicos em crianças.

Eles conseguem essa resposta através de uma série de exames e testes. Alguns deles são neurológicos de fato, com o monitoramento do funcionamento do cérebro para identificação de alguns tipos de padrões encontrados nos cérebros de pessoas que possuem esta doença.

Mas existem alguns sinais que podem ser observados pelos pais e que podem acabar fazendo com que eles busquem ajuda de um profissional. Confira alguns dos principais:

Dificuldade de se expressar oralmente

Antes de mais nada, as crianças que estão inseridas neste espectro autista acabam tendo uma certa dificuldade pra conseguir se expressar oralmente. E isso vai se tornando mais evidente na medida em que as crianças vão crescendo, mas não conseguem acompanhar outras crianças da mesma idade em relação a evolução.

Não faz contato social

Uma outra característica das crianças que possuem autismo é o fato delas não conseguir manter um contato visual com outros adultos e crianças da forma como seria esperada. Algumas dessas crianças conseguem fazer apenas breves contatos visuais, enquanto que algumas nem conseguem manter este contato por muito tempo. Este pode ser um sintoma inclusive percebido quando as crianças ainda são bebês.

Repete determinados movimentos e falas

Essas crianças também acabam desenvolvendo determinado tipo de comportamento que repete movimentos e falas, de uma forma até mesmo compulsiva em determinados momentos. Dentre os movimentos mais comuns que acontecem desta forma estão estalar dos dedos, bater os pés no chão, balançar as mãos e os braços, entre outros.

Não gosta de barulhos altos

As crianças que estão inseridas no espectro autista também costumam apresentar um grande desconforto, e até mesmo uma impaciência, com barulhos muito altos. Eles podem ir desde os barulhos que realmente são irritantes, como sirenes e buzinas, até sons como pessoas falando muito alto.

Brinca de maneiras diferentes

Muitas crianças autistas também acabam desenvolvendo formas diferentes de brincar com determinados tipos de brinquedos e até mesmo com outras crianças. Dentre os movimentos mais comuns estão o alinhamento dos brinquedos em filas, a organização por cores e tamanhos, etc.